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Nossa História

Morsa Servo-Fix: O produto que criou uma empresa há 16 anos

Quebrando muitos paradigmas, o inventor do Sistema Inteligente de Fixação (SIF), Oscar Servo, conta como criou a Servo-Fix para fornecer as morsas de fixação com precisão que desenvolveu.

Por Karina Pizzini/CIMM*


Com uma trajetória que começou como aprendiz de gravação em ferramentaria e seguiu com cargos de liderança nas áreas de manufatura, ferramentaria e usinagem, o empresário gaúcho Oscar Servo, formado pela experiência do chão de fábrica e com um olhar aguçado, identificou uma “deficiência” no segmento que lhe chamou muita atenção: a fixação de peças. Foi ali, há mais de 20 anos, que começou a história da Servo-Fix, antes mesmo da empresa ser criada, quando Servo identificou um nicho de mercado carente, entendeu o problema, desenvolveu sua própria solução e a apresentou ao mercado.

Com uma maior abertura do mercado brasileiro, na década de 1990, muitas empresas de máquinas e ferramentas entraram no país, mas ainda faltava um terceiro componente essencial para a usinagem: a fixação. “A usinagem é composta por um tripé: máquina, ferramenta e fixação. Mas raríssimas pessoas pensam nisso. As máquinas e ferramentas estão super evoluídas, e existem opções globais... a fixação não tinha. Havia uma carência, e foi um nicho de mercado que pegou”.

Quando se fala em usinagem, geralmente, só se pensa nas ferramentas e nas máquinas, e a Servo-Fix oferece a solução de fixação da peça a ser usinada, Servo diz, assim envolve toda parte do processo. O empresário conta que, na época, nem mesmo o termo “fixar peças” era utilizado, e sim, “prender peças”, e brinca: “quem prende é a polícia, a gente fixa”.

À época, Servo identificou a ausência de um equipamento adequado para fixação de peças e decidiu, ele próprio, desenvolver um modelo de fixação mais preciso e versátil. Para entender melhor o funcionamento da morsa usual no mercado, que não garantia a precisão de fixação necessária, o inventor percebeu que teria que recriar um modelo para garantir a precisão desejada com maior abertura e utilizando o menor espaço possível dentro da máquina e, desta forma, ter um produto singular.

Foi então que ele criou um Sistema Inteligente de Fixação (SIF), patenteado em 2006 sob o N.º 0405918-2 e que, até o momento, não existe outra pessoa com uma patente de uma morsa ativa no mercado, diz Servo.

“SIF é um sistema exclusivo de travamento e de fácil manuseio que consiste em um acessório para sujeição de peças com total confiabilidade, não permitindo que a peça sofra movimentos em relação aos apoios fixo e móvel. O exclusivo sistema de travamento desenvolve movimentos orientados exclusivamente em relação à base fixa e ao apoio fixo. Possui ação de tração (puxar) em comparação ao tradicional de (empurrar) o que garante a perfeita sujeição da peça a ser usinada”, explica a empresa em seu site.

No entanto, Servo projetou o modelo e foi atrás de alguém que fabricasse o produto que havia desenvolvido - uma morsa de fixação e precisão com o SIF. Sem sucesso, o inventor teria que ser o empresário da sua própria invenção. “Eu projetei e queria que alguém fabricasse, mas ninguém aceitou, então precisamos criar uma empresa, e estamos aí, há 16 anos”.

A Servo-Fix, sediada em Indaiatuba (SP), atende todos os segmentos do mercado que necessitem da fixação de uma peça, desde o setor de calçados, passando pelo setor de óleo e gás, agrícola até o setor aeroespacial, que exige alta precisão na fabricação de suas peças. “Geralmente a empresa cria o produto, no meu caso, o produto criou uma empresa”, disse.

Nossa Hitória

Servo começou a desenvolver o sistema em 1998 e deu entrada no pedido de patente, aproximadamente, 1 ano e meio antes de obtê-la. “Um processo que costuma levar anos'', ressalta.

Autodidata, Servo inventou um modelo de morsa de fixação percebendo “no olho” as suas necessidades. Conversando com um e com outro ao longo dos anos no mercado e também no período dedicado ao desenvolvimento do modelo. No entanto, Servo entendeu a importância da sua morsa para o mercado e, consequentemente, para a formação dos profissionais, então doou vários dos seus produtos para o Senai, bem como para universidades.

Na era digital, a boa venda mesmo ainda se faz no boca a boca

Mas não bastava ser o inventor, o fabricante e o empreendedor, Servo também precisava vender as morsas e provar ao mercado que seu produto era único. Foi então que sua saga começou. De porta em porta, ele viajou quilômetros pelo Brasil para apresentar a morsa a diferentes indústrias.

“Então foi usado 100% da capacidade do Oscar, convencer ‘caras’ mais experientes do que eu… eu dizia que existia uma morsa que não levantava peça e isso virou piada. ‘Então tá bom, leva de graça, se levantar uma peça, leva de graça’”, conta Servo. Assim, ele começou a conquistar a sua clientela, que relata ser fiel até hoje. “O primeiro cliente nosso foi uma empresa alemã e, então, a nossa morsa passou a ser vendida puramente por indicação, na velha propaganda boca a boca”, diz.

Servo lembra da fase que fazia incursões nas empresas e falava com quem precisava falar, quem entenderia a necessidade e a diferença que seu produto faria na produção. “Foi feito de um a um, de porta em porta, mas também, não precisava ir uma segunda vez. Pois assim, nós fomos estratégicos”, disse. “Nós temos 100% de usuários satisfeitos”.

Embora essa tenha sido a premissa de venda desde que Servo colocou a morsa da Servo-Fix no mercado, o empresário e inventor chegou a participar de feiras e a vender seus produtos através de um distribuidor, mas ele afirma que nada como a venda através dos próprios clientes. “A gente constatou uma necessidade, não é um acessório, é um componente que estava deficiente. (...) Ela [a morsa de precisão] não é vendida, ela é comprada”, afirma o empreendedor.

A propaganda boca a boca é confirmada por clientes como Luis Nóbrega, da Toyoda Koki do Brasil. "Nós utilizamos esta morsa em nosso showroom e indicamos a aquisição deste produto aos nossos clientes. Se trata de um produto de alta performance e um sistema muito inteligente de construção, o mesmo atua de tal forma que não permite que a peça fixe fora de esquadro, mantendo uma perpendicularidade da peça usinada entre 0,01 a 0,02 Milímetros com plena longevidade", relata Nóbrega, Applications & Key Accounts Manager na Toyoda Koki do Brasil.

Ainda assim, hoje a empresa trabalha sob uma renovação de estratégia de marketing. No entanto, Servo é enfático ao afirmar que não quer crescer e, sim, se consolidar. “A gente quer ser boutique e não mercadão - manter a excelência”. Hoje a empresa trabalha com oito tamanhos de morsa standard diferentes, a única no mercado que oferece morsas de 100 a 600 milímetros, a maior abertura e menor espaço utilizado dentro da máquina. Além disso, ela é construída em aço laminado endurecido, que garante maior durabilidade sem manutenção, ressalta.

Garantia replicada por um de seus clientes. “Um simples movimento de substituição de algumas morsas tradicionais pelas morsas Servo Fix NLP imediatamente trouxe enormes ganhos de produtividade e redução nos volumes de manutenção das morsas tradicionais. (...) Outra grande conquista foi a aquisição de um sistema de fixação especial com o mesmo conceito NLP dedicado a uma família de peças específicas. Este sistema proporcionou redução significativa nos tempos de SETUP; um prolongamento do ciclo de operação da máquina (menor tempo de spindle parado para troca de peças),em consequência, aumento da produtividade, estabilidade do processo e repetibilidade dimensional no produto acabado suportado pela rigidez da Fixação”, relata Américo Wagner Lemes, Departamento Técnico Comercial da Piramide Prime Usinagem.

*Esta matéria foi escrita em parceria com a empresa Servo-Fix.

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